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Saiba como usar o freio-motor do carro


Ao contrário do que alguns imaginam, uso do freio-motor não acarreta danos ao sistema de embreagem. Pelo contrário. A prática de utilizar o próprio funcionamento do motor para diminuir ou controlar a velocidade do carro ajuda a mantê-lo sob controle. Agora, o vício de deixar o pé na embreagem, sim, pode levar a um desgaste. Para tirar essas e outras dúvidas, confira as respostas para as dúvidas dos internautas:

O que é e como funciona o freio motor?
Fabio e Sebastião
O freio-motor nada mais é que a prática de utilizar o próprio funcionamento do motor para ajudar a diminuir ou controlar a velocidade do carro. Por exemplo, em uma estrada o motorista segue em quinta marcha quando surge a descida. Então se tira o pé do acelerador e deixa o automóvel seguir a trajetória. Na ocasião, apenas o fato de tirar o pé do acelerador e deixar o carro engrenado na descida o motorista já estará aplicando o uso do freio-motor. Mas o termo é mais utilizado quando, em longas descidas, o motorista também procura evitar o uso excessivo do freio para não causar a fadiga do sistema por aquecimento. Desse modo, o motorista reduz uma ou duas marchas e deixa o carro seguir pela descida e utiliza o freio moderadamente.

O fato de reduzir uma ou mais marchas faz com que as rotações do motor se elevem e ao mesmo tempo passam a impor uma velocidade controlada ao automóvel. Descer com o carro desengrenado ou, como muitos falam, na banguela, é uma prática não recomendada. Em resumo: manter o carro engrenado sempre, mesmo nas descidas, e em conjunto com os freios, dessa forma o motorista estará sempre numa condução segura e tranqüila.

Usava frequentemente o freio-motor na estrada, mas depois de um ano percorrendo com um trecho de 100 km com 48 lombadas, tive que trocar a embreagem. O mecânico me disse que o disco gastou por causa do uso do freio-motor. Está correto?
Nélio Palheta
Seguramente o uso do freio-motor não acarreta danos ao sistema de embreagem. O freio-motor, como explicado na outra questão acima, é o jeito que deve ser. O carro foi projetado para isso e essa prática serve para manter o carro sob controle. No caso descrito o problema foi o uso excessivo da embreagem, possivelmente nas lombadas. Alguns motoristas tendem a deixar o pé na embreagem mais tempo que o necessário, principalmente nas arrancadas em aclives e também, como nesse caso, na travessia de lombadas. É comumente chamado de “queimar embreagem”.

O correto é tirar o pé da embreagem à medida que se acelera. Feito isso, o pé deve ficar apoiado na lateral e não no pedal. Pode parecer óbvio, mas procure reparar em você mesmo ou então quando estiver no carona. Observe outro motorista e veja o quanto o pé fica apoiado no pedal da embreagem. Outro fato que destrói a embreagem é durante uma parada no semáforo. O motorista que utiliza a embreagem como freio está gastando o componente desnecessariamente. 

O que são os giros do motor?
Maria
O motor é composto por algumas partes móveis no seu interior. Essas peças fazem um movimento interno para o motor entrar em funcionamento e esse movimento é chamado por giros do motor. Assim os giros do motor são representador por rotações por minuto (rpm) que quer dizer quantos giros essas peças internas fazem a cada minuto.

Quando se ouve falar que a rotação do motor está em 5 mil giros, significa que o funcionamento do motor naquele momento está em um regime de 5 mil rotações a cada minuto. Para se ter uma idéia disso na prática, em marcha lenta, ou seja, o motor funcionando, mas o carro parado, a rotação do estará entre 1 mil e 1,5 mil giros.

Como saber o giro certo de cada marcha e quando trocá-las?
Vitor Pinto
Cada carro tem o giro ideal para melhor aproveitamento do motor, seja de desempenho ou economia. Ela varia de acordo com o tipo de combustível, cilindrada e por aí vai. Não existe uma regra geral, mas de qualquer modo precisamos ficar atentos aos limites de velocidade.

Assim, para uma via cujo limite de velocidade é 60 km/h o mais apropriado para a maioria dos carros é acelerar a primeira até algo em torno de 2500 giros ou rpm (rotações por minuto) do motor e passar a segunda marcha. Na ocasião, os giros devem cair um pouco, assim acelerar até os 2500 novamente e passar terceira, seguindo assim por diante até a quinta marcha. Utilizando esse método pode se acelerar até em torno de 3000 rpm.

A dica é mais apropriada para carros a álcool ou gasolina. Para motores a diesel as rotações são menores. Se o seu carro não tiver conta giros, pode-se basear pela velocidade também. Ao sair utilize a primeira até 15 ou 20 km/h, passe para a segunda marcha e vá até 30 km/h. Coloque a terceira e acelere até 40 km/h ou 45 km/h quando então deve ser colocada a quarta. Para utilizar a quinta marcha, o melhor é apenas após os 60 km/h, assim, você deve colocá-la apenas quando o limite de velocidade for acima dessa média.

Deixar o carro desengrenado em uma descida significa economia de combustível?
Igor
Se a dúvida é apenas economia, antes é preciso elaborar uma visão mais ampla do assunto. Em termos absolutos, um carro com carburador economiza mais combustível nessa condição sim, porém é preciso considerar o risco. Vale a pena? Uma vez que seja necessário fazer um desvio de trajetória ou mesmo uma parada de emergência, o carro não estará sob controle como estaria se estivesse engatada uma marcha.

Mas como a questão é sobre economia, vale a pena colocar na ponta do lápis o gasto excessivo que esse motorista terá com os freios. Na melhor das hipóteses o freio não apresentará falhas no uso rotineiro, mas será necessária sua substituição de pastilhas ou lonas e discos, antes da hora. É o que podemos chamar de economia tola.

O uso do freio-motor danifica o motor em um declive acentuado?
Natanaildo
Quando o motorista pega uma longa descida o correto é deixar o carro seguir a trajetória sob controle. Com a prática do freio-motor esse motorista estará em marcha reduzida, porém é preciso observar se os giros não estão elevados, além do necessário. Por exemplo, se o motorista estiver uma descida na estrada em quarta marcha a uma velocidade de 70 km/h o carro estará dentro de sua faixa de trabalho normal. Mas suponhamos que esse motorista reduza para a terceira marcha e mantenha a velocidade. Nessa circunstancia os giros irão se elevar bastante, exigindo muito do motor sem necessidade. Seria o equivalente a esticar as marchas. Nesse caso, para reduzir e colocar a terceira marcha seria necessário diminuir a velocidade para menos de 60 km/h.

O correto é usar o freio-motor, mas aplicando a marcha certa na hora certa. Como se faz isso? Se o seu carro dispuser de conta-giros, observe a rotação. Nesse exemplo, a 70 km/h em quinta marcha, o marcador estaria entre 2,5 e 4 mil giros conforme o modelo e motor. Ao pegar a descida o motorista coloca a quarta marcha. Os giros sobem para uma faixa entre 3 e 4,5 mil. Até aí tudo dentro dos parâmetros, mas se o motorista colocar uma terceira e mantiver a velocidade, aí os giros iriam extrapolar, indo para 4 a 6 mil giros. Se o seu carro não tiver conta-giros observe a velocidade e o ronco do motor. Se, à medida que se reduz as marchas, o ronco se elevar demais será preciso diminuir a velocidade para ficar dentro do regime de trabalho adequado para o motor.

O freio-motor é para auxiliá-lo em longos declives, assim o uso deve ser condizente com a velocidade. No caso acima, o correto seria ir diminuindo a velocidade e conforme se reduz a marcha, se reduz a velocidade. Essa é forma correta é segura de dirigir.

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