Os principais problemas que levam carros a ficarem parados na
estrada são: superaquecimento do motor, pane elétrica, pneu furado e
pane seca (falta de combustível), segundo concessionárias que
administram as principais rodovias do país.
Tem alguma dúvida sobre cuidados com o carro? Mande no
espaço para comentários. As questões selecionadas serão respondidas em
futuras colunas.
As administradoras dizem que as panes ocorrem mais em trechos de serra,
com subidas contínuas de 10 a 20 km, que exigem muito do carro. Se o
seu veículo já apresenta algum sinal de que algo não vai bem, não
arrisque. Veja abaixo que "sintomas" podem ser percebidos pelo
motorista, para evitar esses defeitos mais frequentes.
O superaquecimento exige uma atenção especial, pois, além de
interromper a viagem, pode resultar em gastos de até R$ 4 mil, para
retificar um motor travado.
Todo motor tem uma temperatura ideal de trabalho que, na maioria dos
carros, está em torno dos 92 graus. Como o motor gera muito mais calor
do que precisa, é necessário retirar este excesso e quem faz este
trabalho é o sistema de arrefecimento. Instalado em todos os carros, ele
utiliza a circulação de água com um aditivo para capturar o calor
“extra” do motor e dissipá-lo através do radiador.
O superaquecimento acontece quando a água não circula ou não consegue
ser resfriada satisfatoriamente pelo radiador, causando um aquecimento
excessivo do motor. A junta do cabeçote acaba queimando.
Sintomas e dicas
Para fazer um check-up no sistema é necessário conhecimento técnico, mas alguns aspectos podem ser percebidos pelo motorista. Veja abaixo:
1) O mais óbvio: se o ponteiro de temperatura do painel de instrumentos
tem chegado próximo do “vermelho”, é um alerta de que o sistema precisa
de reparos;
2) Completar o nível de água do motor com frequência é outro sinal de
que algo não vai bem, pode haver um vazamento de água no sistema.
Os grandes vazamentos podem ser identificados através de poças no chão
da garagem. Porém, pequenos vazamentos podem ocorrer quando o motor está
superaquecido e, neste caso, a água escapará na forma de vapor através
da tampa do reservatório de abastecimento (tecnicamente chamada de tampa
do reservatório de expansão).
Poucas pessoas sabem, mas esta tampa, geralmente de cor amarela também acumula a função de uma válvula de alívio de pressão. Ela
funciona exatamente como a válvula de uma panela: quando a pressão
aumenta muito, é por ela que o vapor do sistema sai, sem deixar vestígio
no chão.
3) Manchas de cor vermelha ou verde (coloração dos aditivos) sobre o reservatório de água no radiador ou nas extremidades das mangueiras também são sinais de vazamento.
4) Mangueiras d’água estufadas demonstram que a pressão interna do
sistema está acima do normal, um forte indicador de que a água não está
circulando. Quando ela não circula corretamente, há formação de vapor,
que acaba provocando o inchaço das mangueiras. Vários fatores podem
prejudicar a circulação de água pelo sistema; estatisticamente, a
válvula termostática travada e/ou a bomba d’água danificada são os
principais causadores do problema.
Completando a água
Se for completar o nível de água, procure fazê-lo sempre com o motor frio e use, de preferência, água destilada, pois água de torneira contém cloro, que acaba por corroer as diversas peças metálicas que compõem o sistema. É imprescindível a utilização do aditivo; para a reposição dele, consulte no manual do proprietário qual é a especificação técnica recomendada pela montadora, bem como a proporção correta.
Se for completar o nível de água, procure fazê-lo sempre com o motor frio e use, de preferência, água destilada, pois água de torneira contém cloro, que acaba por corroer as diversas peças metálicas que compõem o sistema. É imprescindível a utilização do aditivo; para a reposição dele, consulte no manual do proprietário qual é a especificação técnica recomendada pela montadora, bem como a proporção correta.
Aditivos não
apropriados podem causar problemas no médio prazo.
Vale lembrar que se usar, por exemplo, uma garrafa plástica de 2 litros
e já tiver despejado quase toda a mistura, mas ainda não atingiu a
metade do nível do reservatório, termine de colocar o líquido e leve o
carro ao mecânico. Quando é o caso de colocar muita água, é preciso
fazer a chamada sangria do sistema (processo de retirada de bolhas de
ar), bem como os testes para se certificar de que o problema foi sanado.
A parte elétrica de um automóvel é muito complexa, é necessário ter
conhecimento técnico e ferramentas especiais para, por exemplo, prever
problemas com um alternador ou uma bomba de combustível.
Sintomas e dicas
Porém, fique atento a sinais como dificuldade para fazer o carro pegar, queda na intensidade das luzes de cortesia ao dar a partida e odômetro apagado.
Um simples exame da bateria começa com a observação dos bornes (pólos
positivo e negativo): veja se há vazamento de ácido, que deixa um pó
esbranquiçado.
Algumas baterias possuem um visor que indica a condição de carga. Se
ele estiver na cor verde, significa que está em boas condições; um visor
preto indica que está sem carga. Neste caso, é importante verificar se o
alternador está funcionando corretamente antes de substituir a bateria.
O teste do alternador precisa ser feito pelo
mecânico, que vai se valer do auxílio de um multímetro. Na medição da
voltagem entre os bornes da bateria, com o motor em funcionamento, a
tensão deverá estar entre 13,5 e 14,4 V.
Em casa, é possível conferir o estado da correia do alternador, que
costuma ser responsável pela maioria dos problemas elétricos. Verifique
se ela está desfiando ou com a borracha quebradiça.
Mesmo com o carro parado e com o motor em marcha lenta, equipamentos
elétricos e acessórios originais de fábrica, teoricamente, são
suportados pelo alternador e bateria. Se você “tunou” seu carro com
módulos de potência, luzes auxiliares e DVDs, por exemplo, sem
redimensionar alternador e bateria, poderá ficar na mão, principalmente
quando o veículo estiver parado em marcha lenta com todos os
equipamentos ligados simultaneamente.
Todo mundo sabe que a melhor maneira de evitar pneu furado é tê-lo em
boas condições e calibrado. Não se esqueça do estepe: muita gente deixa
inclusive de calibrá-lo. Faça a verificação no mínimo uma vez por mês e
antes de cada viagem.
Sintomas e dicas
Pneus carecas, com desgastes irregulares ou bolhas são mais suscetíveis a perfurações e cortes.
Não rode nas extremidades das pistas, próximo ao acostamento. Esse é o
local onde a sujeira fica acumulada, “berço” de pregos e parafusos.
Em estradas mal conservadas, o ideal é diminuir a velocidade para
conseguir passar pelos buracos. Se você estiver em alta velocidade é
melhor perder o pneu e amassar a roda, pois manobras bruscas poderão
causar um acidente ainda pior.
Vale um alerta importante: muitas pessoas morrem ao trocar um simples
pneu na estrada, na maioria das vezes por estacionar o carro muito
próximo da pista ou até mesmo por não posicionar o triângulo a uma
distância adequada.
O Conselho Nacional de Trânsito fala em no mínimo em 30 metros; minha indicação é posicionar o triângulo a 100 m de distância. Explico: a uma velocidade de 100km/h, um veículo percorrerá estes mesmos 100 m em pouco mais de três segundos, portanto, quanto maior a velocidade do trecho, maior deverá ser a distância.
Se você é “marinheiro de primeira viagem”, sugiro que experimente trocar o pneu em sua garagem. Além de se entender com o macaco e a chave de roda, evitará surpresas com o equipamento na estrada.
Ficar na estrada sem combustível pode ser um descuido: muitas vezes
esquecemos que estamos em período de férias e que os congestionamentos
são mais frequentes do que imaginamos, principalmente nos fins de
semana.
Porém, a marcação incorreta no painel de instrumentos também pode levar à pane seca. Geralmente, o defeito está na boia medidora, que fica instalada dentro do tanque.
Sintomas e dicas
A dica é acompanhar o consumo de combustível: se achar que seu carro está muito econômico, desconfie: a boia pode estar travando. Pelo sim, pelo não, sugiro que, durante uma viagem, a marcação de 1/4 seja seu sinal de alerta para o próximo posto.
A dica é acompanhar o consumo de combustível: se achar que seu carro está muito econômico, desconfie: a boia pode estar travando. Pelo sim, pelo não, sugiro que, durante uma viagem, a marcação de 1/4 seja seu sinal de alerta para o próximo posto.